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O cuidado com a saúde mental é fundamental para a qualidade de vida e para a prevenção de doenças.


 

 

 

 

Ansiedade

 

 Origens, Sintomas e Tratamentos

 

A ansiedade é um dos fenômenos psíquicos mais discutidos na atualidade, estando presente de forma marcante em diferentes contextos clínicos e sociais. A ansiedade não deve ser compreendida apenas como um sintoma isolado, mas como uma manifestação complexa do inconsciente e das estruturas psíquicas que organizam o sujeito. A ansiedade  um estado de sinal, um alerta do ego diante de situações que remetem ao perigo interno ou externo, diferente de uma mera resposta fisiológica, a ansiedade, está diretamente ligada aos conflitos inconscientes e às experiências reprimidas que ameaçam emergir na consciência.

 

 

Sintomas e manifestações clínicas da ansiedade:

 

Na prática clínica, a ansiedade pode se manifestar de formas diversas, incluindo:
    •    Preocupação constante e antecipatória.
    •    Dificuldades de concentração e memória.
    •    Alterações do sono.
    •    Sintomas físicos, como taquicardia, sudorese e tensão muscular.

O olhar psicanalítico vai além da simples listagem de sintomas, buscando compreender o significado subjetivo da ansiedade para cada indivíduo, relacionando-a com sua história de vida e seus traços inconscientes.

 

O tratamento da ansiedade, sob a ótica da psicanálise, não se resume ao alívio imediato dos sintomas. O objetivo é possibilitar que o sujeito tenha acesso ao conteúdo inconsciente que sustenta sua angústia, promovendo uma elaboração simbólica que permita novas formas de lidar com o sofrimento.

Diferente de abordagens focadas apenas em técnicas de controle da ansiedade, a psicanálise propõe um mergulho profundo na experiência subjetiva, favorecendo a transformação estrutural do sujeito e não apenas a diminuição temporária da angústia.

 

A ansiedade é mais do que um transtorno ou uma resposta biológica: trata-se de uma experiência central na constituição psíquica. Ao buscar compreender suas origens inconscientes, o indivíduo pode transformar sua relação com o medo, o desejo e a angústia, encontrando novos caminhos para lidar com o mal-estar.

 

 

 

 

Depressão

 

Origens, Sintomas e Tratamento

 

A depressão é um dos transtornos psíquicos mais discutidos no século XXI, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Mais do que uma alteração de humor passageira, a depressão constitui um sofrimento profundo, que pode comprometer significativamente a vida emocional, social e profissional do indivíduo.

Na perspectiva da psicanálise, a depressão não é vista apenas como um desequilíbrio químico ou um transtorno do cérebro, mas como a expressão de conflitos inconscientes, experiências de perda e modos singulares de lidar com o desejo e a falta.

 

Diferente do luto, em que o sujeito reconhece e elabora a perda, na depressão ocorre uma identificação inconsciente com o objeto perdido, gerando sentimentos de autodesvalorização, culpa e impotência.

A depressão é o resultado de um conflito psíquico profundo, onde a agressividade e a libido se voltam contra o próprio eu.

 

Alguns sintomas psíquicos da depressão:

 


    •    Sentimentos intensos de culpa e inutilidade.
    •    Perda do interesse por atividades antes prazerosas.
    •    Baixa autoestima e desvalorização pessoal.
    •    Dificuldade de estabelecer vínculos afetivos.
    •    Sintomas somáticos, como fadiga, alterações no apetite e no sono.

 

Esses sintomas não devem ser vistos apenas como sinais clínicos, mas como expressões simbólicas de conflitos inconscientes relacionados à perda e ao desejo.

 

O sujeito deprimido carrega uma voz interna severa, que o acusa e o julga incessantemente, levando a sentimentos de culpa e autodepreciação.

A depressão não é apenas um estado de humor, mas um modo de funcionamento psíquico, onde a agressividade reprimida volta-se contra o próprio eu.

 

Tratamento da depressão na psicanálise:

 

O tratamento psicanalítico da depressão não se restringe à redução imediata dos sintomas. O objetivo é investigar a causa inconsciente que sustenta o quadro depressivo, possibilitando ao sujeito elaborar suas perdas, ressignificar sua história e reconstruir sua relação com o desejo.

Por meio da escuta analítica, o indivíduo pode compreender o sentido subjetivo de sua dor, permitindo transformações mais profundas e duradouras do que aquelas alcançadas apenas por medicamentos ou terapias sintomáticas.

 

A depressão, é mais do que uma doença: é um fenômeno existencial que revela aspectos fundamentais da vida psíquica. Compreender suas origens inconscientes possibilita não apenas aliviar o sofrimento, mas também reconstruir a relação do sujeito consigo mesmo e com o mundo.

O tratamento psicanalítico da depressão oferece um caminho singular, no qual o indivíduo pode encontrar novos sentidos para sua vida, enfrentando a dor psíquica de maneira transformadora.

 

 

 

 

Angústia

 

Diferença em Relação à Ansiedade e Impactos na Vida Psíquica

 

A angústia é um dos conceitos centrais da psicanálise e, ao mesmo tempo, uma das experiências humanas mais universais. Muitas vezes confundida com a ansiedade ou o medo, a angústia possui características singulares que revelam aspectos profundos do inconsciente e da constituição subjetiva.

Compreender a angústia é fundamental para acessar o funcionamento do psiquismo e os modos como o sujeito lida com o desejo, a falta e a castração simbólica.

 

O que é angústia?

A angústia é um sinal do ego diante de uma ameaça interna ou externa, mas diferente do medo, que sempre tem um objeto definido. A angústia não precisa de um objeto concreto: trata-se de uma experiência difusa, que remete ao encontro com algo desconhecido ou não simbolizado.

A angústia não é apenas um sintoma, mas um afeto estrutural, que aponta para os limites da linguagem e para o confronto com o desejo inconsciente.

 

Diferença entre angústia, ansiedade e medo
    •    Medo: sempre tem um objeto concreto (exemplo: medo de perder o emprego, medo de altura).
    •    Ansiedade: estado de alerta antecipatório, geralmente relacionado a algo que pode acontecer no futuro.
    •    Angústia: experiência difusa, sem objeto definido ou relacionada ao objeto impossível de simbolizar.

 

 

Sintomas e manifestações da angústia

A angústia pode se manifestar tanto no plano psíquico quanto no corpo.

 

Entre os sintomas mais frequentes estão:
    •    Sensação de aperto no peito.
    •    Mal-estar sem causa aparente.
    •    Dificuldade de respirar.
    •    Sentimento de vazio existencial.
    •    Crises de pânico (em que a angústia aparece de forma aguda).

 

Esses sintomas não são apenas reações fisiológicas, mas expressões de conflitos inconscientes e da relação do sujeito com o desejo e a falta.

 

A função da angústia

Diferente de outros sintomas, a angústia possui uma função sinalizadora. Ela alerta o ego sobre um perigo iminente, servindo como defesa. A angústia indica a proximidade com o real, ou seja, com algo que não pode ser simbolizado plenamente.

Assim, embora dolorosa, a angústia pode ser compreendida como um afeto necessário, que revela pontos fundamentais da estrutura psíquica.

 

Tratamento da angústia

Na psicanálise, o objetivo não é simplesmente eliminar a angústia, mas compreender seu sentido inconsciente e o lugar que ela ocupa na vida psíquica do sujeito.

Por meio da escuta analítica, o indivíduo pode:
    •    Reconhecer o que sua angústia sinaliza.
    •    Elaborar conflitos inconscientes.
    •    Resignificar sua relação com o desejo.
    •    Construir novas formas de lidar com o mal-estar.

Dessa forma, o tratamento psicanalítico da angústia não busca suprimir o sintoma de imediato, mas favorecer um processo de transformação subjetiva mais profundo e duradouro.

 

A angústia, não é apenas um estado de sofrimento, mas um afeto estruturante da vida psíquica. Diferenciar angústia, ansiedade e medo permite compreender melhor as nuances do inconsciente e abrir espaço para novas formas de enfrentamento.

O tratamento psicanalítico da angústia possibilita ao sujeito entrar em contato com seu desejo, ressignificar sua dor e transformar a experiência angustiante em um caminho de autoconhecimento e elaboração simbólica.